Vai, encara a vida como uma novela. Ou uma peça de teatro, ou filme. Tá, novela é mais convincente, principalmente se for daquelas mexicanas, com tramas inocentes e de arrancar suspiros. E daí que a dublagem fica ridícula, é mero detalhe. Talvez sua chegada na minha vida, tenha se inspirado em alguma dessas que passam na tv. Está mais pra não né? Não tem nada de coincidências, surpresas e emoções a flor da pele. Foi normal. Aos poucos conversando, aos poucos se aproximando, logo eu que nem tinha ido com sua cara a primeira vez que te vi, logo eu que confio tanto no meu santo, e ele não tinha 'batido' com o seu. Tá bom, muita coisa em comum; você até que é bonitinho, mas tem namorada; o que não impede de me arrancar sorrisos quando estou sozinha; lembrando de você. Vai, outro mero detalhe você ser comprometido. Também não me impede de imaginar como seria nós, se um dia chegasse a nós. Mas aí, vai que um dia seu namoro acabe, e longe de mim desejar isso pra você. Trágico fim pra uma novela, ou filme. Mas acabou, bem força do destino. E a gente se aproximando como lados opostos do ímã, como o verde e amarelo da bandeira, como o feijão com o arroz, ou o branco e o preto da música da Ivete Sangalo. Só que ainda há algo no meio desse campo eletromagnético, da bandeira, ou algum ruído na música. Talvez esse branco e esse preto não dêem cinza mesmo. Mas porque nunca acontece comigo? Pareço (com todo o respeito) o Rubinho Barrichelo, corro, corro, mas quando é pra cruzar a linha de chegada, o lugar no pódium não costuma ser meu. Talvez você quisesse apenas amizade mesmo; mas não era apenas isso que eu também queria? Quem disse que não? Talvez eu me agarre à todas as pontas de afinidades quando elas me aparecem. Talvez eu ainda exale pelos póros aquilo de "não quero amar ninguém". Será que isso ainda está em mim? Você poderia me dizer? E o que fazer com meu horário da faculdade, quando o que sei é apenas olhar quais dias você vem assistir aula na minha sala, e vem sentar do meu lado, me fazendo rir da sua risada e me aquecendo sem querer com seu braço, quando divido com você meu vade mecum. Dividiremos mais o que? Além de alguns finais de semana como bons amigos, e muita conversa, e muito em comum. Isso me cheira a papel de amiga-apaixonada. Na vida todos interpretamos papéis, aqueles que nos cabem. Mas sabe? Esse papel eu não quero não. A novela está pra estreiar, e você tem que se decidir. Como diretor tem que dizer quando começam as primeiras cenas, e quem vai ser a mocinha da sua história. E não demora.
E não me deixa pra depois, que te deixo pra nunca mais.
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