Esse poema, guardado na minha caixa de 'recordações', está todo amassado, escrito à lápis. Escrito à lápis e extremamente claro, pois tive medo que a tonalidade da caneta, desse ainda mais vida ao que está escrito, escrevi na clandestinidade mesmo, fugindo de mim. Amassado pois rasguei do meu caderno, e embolei na frente de uma amiga fingindo não me importar, mas por dentro rezei fervorosamente para que ninguém tivesse jogado fora, quando mais tarde eu voltei na sala procurando esse pedacinho de papel pelo chão.
Esse mar é meu
Eu não quero mais amarE que me perdoe as mães que choraramOs filhos que em vão rezaramAs noivas deixadas ao altarMas minhas lágrimas, essas sim, sozinhas compõe o
mar!E quer saber? Eu me odeio por não conseguir te odiarPor mais que eu tente, meus pensamentos sempre conseguem
escaparE eles fogem! Fogem pra longe... Em vão eles tentam te
encontrar.
(para melhor compreensão, ler: Mar Português - Fernando Pessoa)
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