Art. 5°, IV: é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. CF/88

14 de setembro de 2011

Ausência


Eu sei que é bem melhor escrever sobre algo que ainda possuimos, mas fazer o que se a dor que lateja agora é essa. Fomos amigas. Muito amigas, melhores amigas. Não sei em que parte do caminho nos perdemos, não sei que atalho eu tomei, que depois dele nunca mais te encontrei. Porque foi mesmo que paramos de nos falar? Foram as ocupações do dia-a-dia? Foi o passar dos anos, a ausência durante os dias, a falta de telefonemas nos finais de semana? Sabe, tem horas que eu penso que algo deve ter acontecido, algo que eu não saiba. Sei lá. Alguém te falou alguma coisa, me pintaram de preto pra você, ou você simplesmente acordou em um dia em que eu não fazia mais parte da sua memória. Talvez fosse isso. Talvez seja mesmo. Tenho pensado muito em você nos últimos dias. Te vi no ônibus, te olhei pra cumprimentar, mas você não olhou de volta. Ou olhou quando eu não mais olhava, vai saber. E isso me doeu. Que vontade de que você tivesse me visto, tivesse dito que sumi, que tava com saudade, que tinha novidade. Eu sei que você cortou franja, não porque me contou e nem me ligou desesperada falando que não conseguia mais dar jeito nela. Vi suas atualizações no orkut, mas nem tive coragem de sequer abrir sua foto. Não abri, ia ver seu sorriso, e não saberia ao certo o que o motivava. Sei que você namora, mas não sei se ele te faz feliz, se tá aprovado, se é pra casar. Não sei. Não sei, se você se lembra de tudo que eu já passei e te contei, com medo de que você sentisse a dor que eu já senti. Achava que dividiria essa experiência comigo. Seu primeiro namorado, seu pai sistemático, sua mãe ciumenta, como será que tudo está sendo? Nossos aniversários que passam despercebidos por nós. As folhas do calendário que vão sendo retiradas, e nada de palavras. Não te contei das minhas férias, daquele meu caso antigo, do meu novo estágio, dos meus planos. Você não me contou das suas viagens, da sua formatura ano que vem, do que fez de bom no final de semana. Não te liguei o dia que tava triste, não te chamei no msn o dia que tava aflita, e não te esperei no primeiro dia de aula. Hoje li uma carta sua, olhei o porta-retratos que você me deu, com três fotos nossas, e do lado direito escrito em letras branco e lilás: amigas para sempre. Em que parte do caminho você ficou? Me conta, eu volto pra te buscar. Não sei quanto a você, mas eu sinto muito a sua falta.

Um comentário:

  1. Nossa... a emoção veio. Acho que alguem precisa ler isso... Aneim... tenho um caso assim também so que a diferença é que eu não vejo essa pessoa nem a pau, e isso ja faz uns 6 anos... não sei se ela me ve, mas é difcil... Amizades deveriam durar pra sempre...

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