Art. 5°, IV: é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. CF/88

9 de abril de 2011

Silêncio

Você podia ter dito. É, podia sim. Ter falado, ter escrito com todas as letras pra mim. O silêncio é a pior dor que se pode ter. Silêncio demonstra ausência de significado. É quando a indiferença toma forma. Eu fico em silêncio pras coisas que não me importam, que menosprezo, e com você deve ser o mesmo. Eu preferia ainda que você tivesse dito, mesmo que as palavras machucassem, sangrassem, mesmo que elas fossem tapas no meu rosto, ou que elas despedaçassem meu coração. Porque diabos você ficou calado? Porque não falou? Seu silêncio me corrói, me mata. Descobri que as recordações guardadas não aliviam a saudade. Trazem sim sofrimento. Que as cenas que agora são preto e branco, quando vistas pelas recordações ganham cores. Não as antigas, fortes e viscosas que já tiveram, mas ainda sim, cores. Decidi então destruí-las. Não existe mais nenhuma. E rezo, para que ainda que seja aos poucos, nada mais exista de você. Que um dia se eu ouvir seu nome ao vento, que me remeta a algo muito, muito distante, talvez algo bom, mas que não doa, que não cause o que ainda causa em mim. Você escolheu ficar em silêncio, pois bem, que o faça ao infinito.

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