FDS

Ah não sei, talvez, quem sabe. Vamos. Desistimos de ir. Tá bom, ok, a gente vai! Foi com essa prescisão que decidimos ir pra tal da festa. Minha amiga e eu. Chegamos e aquela sensação "não deveriamos ter vindo", mas já que estamos aqui.. depois tudo mudou, e como, diga-se de passagem. Você estava lá desde o princípio, porém meus planos eram outros. Os seus não. Você se aproxima, me toca, me canta. Logo você? Você que já foi alvo dos meus desejos, os mais secretos. Que eu ia naquele lugar sempre que pudia pra te admirar, a distância, e que não era nem um pouco notada, não recebia sequer olhares recíprocos. Mas o jogo virou, como sempre vira. O mundo deu voltas como faz constantemente, ainda que mais lentamente que gostariamos e mais depressa que necessitamos! Lá estava você, eu, naquela festa. Mal pude acreditar. Agora era eu quem se tornou o alvo, estava à mira do seu desejo. E como essa sensação era boa, me tomou por inteiro, mas melhor que isso era poder te esnobar. Sim. Te esnobei por todos os olhares que você um dia não correspondeu, te esnobei por não ter me notado, por não saber de mim, meu nome. Resolvemos ir embora, e assim como toda despedida.. deve transmitir muito calor. O mundo girou outra vez.

Uma carta escrita pra você.

Queria te escrever uma carta. Dizer tudo que se passa, dizer que o eu não sinto mais. O que foi feito daquele sentimento tão grande, tão forte e que eu pensava ser eterno? O que aconteceu com todos aqueles sonhos, planos e vontade de que eles se realizassem logo? Você me perdeu. O sentimento ficou em algum lugar do caminho que percorremos até aqui. Você tem razão, não sou como antes. Não mesmo. Não voltarei a ser quem fui, e nem sentirei mais o que já senti. Escrevo, e me vem uma angustia a tona. As feridas não se fecharam, não cicatrizaram. Dói. Nunca pensei que um dia fosse estar assim, mas quer saber? Eu fiz tudo que pude, tudo. Agora tanto faz, se você pensa em mim ou não. Se sonha comigo, se ainda imagina nosso reencontro, se lembra com saudade dos poucos momentos que tivemos. Tanto faz. Não minto que não lembro de você, do gosto incomparável do primeiro beijo, do abraço apertado, de sentir seu cheiro e o timbre único da sua voz. Mas não é mais como antes. Você não pensou em mim, não pensou em nós. Me deixou sozinha e simplesmente não se importou. Você me perdeu. E perdeu o meu melhor. Talvez ele não volte mais, não retorne jamais. Guarde as lembranças pra você, quem sabe elas vão algum dia se repetir, ou não. Vou te mandar uma carta. Uma carta em branco.

Amor de praia não sobe serra!

"Talvez muito além do seu agasalho, eu precisasse mais do calor da sua alma.."

Foi a única viagem que fiz sem planos iniciais e expectativas. Fui pra ver. Fui pra sentir. Não imaginei situações e nem o que eu gostaria de fazer. Fui. Coincidentemente ou talvez por pré-destinação você me encontrou, logo na primeira festa. Não gostei de você, nem da sua conversa ao pé do meu ouvido. Mas sua sorte não estava lançada, ainda. Nos beijamos, e por alguns instantes foi como se não houvesse mais som, nem pessoas ao redor, nem o frio, nem mais ninguém além de mim e você. Emprestou-me seu agasalho, o frio de Ouro Preto é realmente surreal, mas talvez muito além dele, eu precisasse do calor da sua alma. Agora sim, dados ao alto, SENA! O jogo começou totalmente favorável a você, a sorte esteve ao seu lado, todo o tempo. Já havia um certo período que não me sentia como me senti naqueles dias, por você e pelo jeito como me tratava. Foram três dias intermináveis, e de expectativas toda noite pra te encontrar. Cidade realmente mágica. Poderiamos ter feito planos, poderiamos ter sonhado juntos, mas preferimos viver cada instante daqueles dias que pareciam tão eternos. A viagem chegou ao fim, e com ela uma mensagem sua ".. vou sentir saudades". Não, não deveríamos ter nutrido este sentimento em nós, vivemos tudo o que tinhamos pra viver, vivemos nossos três dias da forma como deveria ser, estava escrito. Cumprimos nossa missão, e fim de jogo.